InfoContábil

    

      A história da contabilidade assim como a história da civilização é antiga. Ela surgiu com as primeiras manifestações humanas da necessidade social de proteção à posse e da continuação e interpretação dos fatos que aconteciam com o objetivo de alcançar os fins desejados pelo homem.

      Com o passar do tempo o homem deixou a caça e passou a voltar-se para a organização da agricultura e do pastoreio. A partir do momento em que cada um tinha o direito acerca do uso do solo deixou-se de existir a vida comunitária e passou a existir a individual surgindo assim divisões e o senso de propriedade. Dessa forma, cada pessoa criava a sua riqueza individual.

      Com a separatividade quando uma pessoa morre a sua riqueza passa a ser deixada como herança para os filhos ou parentes, o que antes não acontecia por sua riqueza ser dissolvida. Essa herança recebida dos pais denominou-se patrimônio. Este terno passou a ser utilizado para quaisquer valores, mesmo os que não eram herdados.

      A origem da Contabilidade está vinculada a necessidade de registros do comércio.  Existem indícios de que as primeiras cidades comerciais eram dos fenícios, mas a prática do comércio não era exclusiva deles, pois era exercida nas principais cidades da Antiguidade.

      Os comerciantes semíticos exerciam atividades de troca e venda. Logo estas requeriam um acompanhamento das variações de seus bens quando cada transação era realizada. Essas trocas de bens eram acompanhadas de simples registros ou relatórios sobre o fato. Na Babilônia já se faziam escritas rudimentares para se registrar as cobranças de impostos.

      No ano 2.000 a.C. um escriba egípcio contabilizou os negócios realizados pelo governo de seu país.

      A partir do momento em que o homem começou a possuir maior riqueza surgiu-se a preocupação de como poderia render e qual seria a forma mais simples de aumentar a sua riqueza, essas informações quando eram em grande volume não eram fácil de ser memorizadas necessitando fazer-se registros.

      Quando o homem passou a pensar sobre o futuro foi que o levou aos seus primeiros registros a fim de conhecer a reais possibilidades de uso, de produção e de consumo.

      No momento em que o homem passou a administrar os seus bens surgiu à necessidade de controle e este não poderia ser feito sem que houvesse o devido registro.

      Como naquele tempo não existia o crédito as compras, vendas e trocas eram feitas a vista. Depois surgiram ramos de árvores assinalados que serviam como prova de dívida ou de sua quitação. Mas foi a partir do desenvolvimento do papiro (papel) e do cálamo (pena de escrever) no Egito antigo que se facilitou o registro de informações sobre os negócios.   

      Com as atividades econômicas se tornando mais complexas surgir à necessidade de um controle mais apurado. As escritas do governo da República Romana que datam de 200 a.C. já apresentavam receitas de caixa classificadas como rendas e lucros e despesas como salários e perdas.

      A história da contabilidade está dividida em quatro períodos que são: Contabilidade do Mundo Antigo, Contabilidade do Mundo Medieval, Contabilidade do Mundo Moderno e Contabilidade do Mundo Científico.

 

 Contabilidade do mundo antigo período que vai de 1202 até 1494.

 

      Neste período o homem já tinha como objeto o Patrimônio, este era representado pelos rebanhos e demais bens no aspecto quantitativo. Os primeiros registros feitos pelo homem dessa época eram de forma rudimentar, na sua memória. Como este é um ser mais evoluído, logo encontrou formas mais eficientes para realizar os seus registros, fazendo gravações entre outros métodos alternativos. Estes primeiros registros contábeis datam do término da Era da Pedra Polida.

      Os primeiros controles eram estabelecidos pelos templos, esse controle durou por vários séculos.

      Os babilônicos, sumérios e os assírios faziam os seus registros em peças de argila, as famosas pequenas tábuas de Urak. Esses registros faziam uma combinação de figura com número, isto é, gravava-se a cara do animal e a quantidades de cabeças existentes.

      Apesar de este registro ser rudimentar em sua forma ele se assemelhava ao que hoje se processa. O que hoje para nós é o nome da conta “Matrizes” nos registros deles eram a figura gravada, quanto ao aspecto numérico para nos o que vale é o valor monetário ao quantitativo já para eles é apenas para saber a quantidade.

      O Sistema Contábil por ser dinâmico ele tende a evoluir, foi o que aconteceu neste período com a duplicação de documentos e “Selos de Sigilo”. Os registros que eram feitos se tornaram diários em seguida estes foram sintetizados em papiros ou tábuas, no final de determinados períodos, posteriormente sofreram uma nova sintetização incorporando vários períodos, o que nos faz lembrar o diário, o balancete mensal e o balanço anual.   

      Neste momento o Princípio da Competência já se estabelecia ao confrontar-se as variações positivas e negativas. Reconhecia-se então a receita e qual era confrontada com a despesa.

 

A Contabilidade do Mundo Medieval.

 

      Nesta época o homem estudava técnicas matemáticas, pesos e medidas, câmbio, etc., estes estudos o tornava mais evoluído em conhecimentos comerciais e financeiros.

      Os sumérios-babilônios plantaram a semente da Contabilidade, os egípcios a regaram, mas foram os italianos que fizeram o cultivo e a colheita.

      Esse período foi importante na história do mundo e principalmente na história da Contabilidade, este período foi denominado a “Era Técnica”, por causa das grandes invenções.

      Devido ao crescimento da indústria artesanal o do comércio exterior surgiu a necessidade na época de um livro caixa para receber registros de recebimentos e pagamentos em dinheiro. Foi a partir dessa necessidade que o livro caixa passou a ser utilizado. Na época já era utilizado de forma rudimentar o débito e o crédito.

      O crescimento da Contabilidade e o seu aperfeiçoamento foram à conseqüências natural das necessidades ocasionadas do capitalismo. Foi a partir do processo de produção na sociedade capitalista, com a geração da acumulação de capital que houve a substituição do trabalho escravo pelo trabalho assalariado, o que tornou os registros mais complexos.

      Foi somente no final do século XIII que apareceu pela primeira vez a conta “Capital”, ela representava o valor dos recursos colocados nas companhias pela família proprietária

      Foi na Itália que surgiu o método das Partidas Dobradas. O seu surgimento fez com que a adoção de outros livros que tornassem a Contabilidade mais analítica, sendo assim, surgiu o Livro da Contabilidade de Custos.

 

A Contabilidade do Mundo Moderno.

 

      O período moderno foi à fase da pré-ciência.

      A Contabilidade nesta época tornou-se uma necessidade para se estabelecer o controle das riquezas que o nono mundo representava.

      O início da fase moderna da Contabilidade foi marcada pelo aparecimento da obra de Frei Luca Pacioli,no século XV. Este foi o criador da obra Contabilidade por Partidas Dobradas publicada em 1494, enfatizando que à teoria contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos. Logo, os débitos são valores positivos e os créditos são valores negativos segundo essa teoria.

      Apesar de Pacioli ser considerado o pai da Contabilidade, não foi ele criador do método das Partidas Dobradas. Esse método já era utilizado na Itália desde o século XIV.

 

A Contabilidade do Mundo Científico.

 

      O período científico inicia a nova fase da Contabilidade com a obra “La Contabilità Applicatta alle administrazioni Private e Plubbliche” de Francesco Villa, escritor milanês.

      Apesar do século XVII ter sido o berço da era científica e a calculadora já ter sido criada por Pascal, a ciência da Contabilidade ainda se confundia com a ciência da Administração, e o patrimônio ainda se definia como um direito, segundo postulados jurídicos.

      Nessa época a Contabilidade já tinha chegado as universidades da Itália, e ela começou a ser lecionada com a de comércio da corte, em 1809.

Francisco Villa excedeu em sua obra sobre os conceitos tradicionais de Contabilidade, segundo os quais escrituração e guarda livros poderiam ser feitas por qualquer pessoa inteligente.

      Fábio Bésta demonstrou o elemento fundamental da conta, o valor, e chegou, muito perto de definir patrimônio como objeto da Contabilidade.   

Já Vicenzo Mazi foi quem pela primeira vez em 1923 que definiu patrimônio como objeto da Contabilidade.

 

A contabilidade no Brasil.

 

      Com a vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil incrementou-se a atividade colonial, o que exigia devido ao aumento dos gastos públicos e também da renda nos Estados um melhor aparato fiscal. Por isso constituiu-se o Erário Régio ou o Tesouro Nacional Público, juntamente com o Banco do Brasil em 1808. As Tesourarias da Fazendo nas províncias eram compostas de um contador, um inspetor e um procurador fiscal, responsáveis por toda a arrecadação, distribuição e administração financeira e fiscal.

      As funções do contabilista hoje não se restringem apenas ao âmbito fiscal, tornando-se, num mercado de economia complexa, fundamental para as empresas informações mais precisas possíveis para a tomada de decisões e para atrair investidores .

      O profissional contábil vem ganhando destaque no mercado em Controladoria, Atuarial e Auditoria.  

 

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

 

 

Comente esta página.